Nome: O Rei e a Feiticeira.
**Interior de uma caverna – Algum lugar entre Bloodlands e
Yachotia**
No centro da caverna, a general Angeline está amarrada em
uma cadeira de madeira grosseira. Após uma investida contra o soldados de
Yachotia que deu errado ela foi capturada e sua armadura foi confiscada expondo
sua pele e deixando-a vulnerável diante dos olhares dos soldados de Yachotia. A
respiração de Angeline está pesada, mas seus olhos ardem com uma mistura de
dor, raiva e vergonha. Ela sente o calor da humilhação queimando seu rosto.
Quatro soldados a cercam. Um deles, com cicatrizes pelo
rosto e a espada em mãos, pisa lentamente na coxa de Angeline, forçando um
gemido abafado dela. A dor atravessa sua perna, mas ela mantém o controle. O
segundo soldado, mais jovem aproxima-se encarando Angeline. Seus olhos vagam por seu corpo quase
nu, traindo uma faísca de desejo que ele tenta esconder.
Angeline: Você vai pagar por isso, desgraçado...
Angeline (Pensando): Malditos cães. Como ousam me despir
assim?
Ragnos: Você vai falar agora, general, ou prefere perder
essa perna antes de ver seu reino cair? Fale! Onde está a bruxa de Bloodlands?
Onde será o próximo ataque?
Angeline: Vocês... são todos cães de Maley. Tão cegos pela
fé que não enxergam nem o próprio fedor de sua corrupção.
Angeline: Olhe para você... seu coração é tão podre quanto o
de Maley. AAAAHH!
Soldado 2: Ela acha
que pode zombar de nós, Ragnos. Vamos cortar um pedaço dela de cada vez até que
cante como um pássaro.
Ragnos (Soldado 1): Fale!
Ou vai deixar que Beauvais caia por sua teimosia? Ou talvez seu superior não
lhe ensinou a lealdade que deve ao seu rei?
Angeline: Minha lealdade... é algo que você nunca
compreenderá. AAAAHH!
Soldado 2: Ela não vai falar assim. Se continuarmos, pode
desmaiar antes de nos dizer qualquer coisa útil.
Ragnos : Covarde... se Maley soubesse como você teme por uma mulher...
Ragnos: Última
chance, general. Onde está Kemira? Onde será o próximo ataque? Responda... ou
suas próximas palavras serão seus últimos suspiros.
Angeline: Eu prefiro
morrer... do que trair o meu reino! AAAAHH!
Ragnos: Coloquem ela na mesa! Vamos ver até onde ela aguenta!
Agora, Angeline está deitada sobre uma mesa de tortura de
madeira, seus pulsos e tornozelos presos a cordas que puxam cada vez mais à
medida que um soldado gira um mecanismo. Seu corpo é esticado dolorosamente,
cada movimento trazendo uma nova onda de dor. Ela sente o estalo de seus ombros
e a pressão sobre seus joelhos, mas ainda assim, seu olhar mantém-se fixo no
teto da caverna. Ragnos, agora girando o mecanismo com uma expressão de
concentração sádica, observa cada reação de Angeline. Ele ri, vendo seu corpo
sendo puxado. Angeline morde os lábios enquanto o estalo de suas articulações
ecoa pela Caverna. Ragnos gira o mecanismo mais uma vez, suas mãos firmes, mas
sua frustração cresce. Ele não gosta de ser desafiado, principalmente por uma
mulher que recusa ceder. A maioria das pessoas que ele torturou já teria
entregado todas as informações, mas Angeline tinha tanta força de vontade quanto
um caçador.
Angeline: AAAH!!!
Ragnos: Você não
cansa, general? A dor é tudo o que você conhece agora. E quanto mais lutar
contra ela, pior será.
Angeline: AAAH!!!
Soldado 2: Ela gosta
de lutar, Ragnos. Talvez seja isso o que a mantém em silêncio. Talvez... ela
goste dessa dor.
Ragnos: Ela não é para o seu deleite, idiota. Lembre-se das
leis. Maley não toleraria tal fraqueza.
Soldado 3: Ela não
vai falar. Não assim. Talvez devêssemos entregá-la ao sumo sacerdote. Maley
saberá o que fazer.
Angeline: Vocês são tão previsíveis... Maley não sabe nada
sobre a verdadeira força.
Ragnos: Coloquem ela de volta à cadeira. Isso ainda não
acabou.
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Enquanto cavalgava pelas ruas, Rainha Celeste tentava
inutilmente manter o olhar firme à frente, mas o peso da crise que seu reino
enfrentava estava claro em seu semblante. Seu cavalo Frísio trotava suavemente,
mas a tensão nos ombros de Celeste era palpável. Ao lado dela, os dois guardas
trocavam olhares preocupados, cientes da gravidade da situação.
Guarda 1: Vossa Majestade, não deveria estar aqui, tão
exposta. Com a fome e o desespero, não se sabe como o povo pode reagir...
Celeste: Este reino, seis anos atrás, era um lugar de vida e
prosperidade. Eu me lembro de ver essas ruas cheias de comerciantes e
artesãos... Agora, olhem para isso. Tudo o que resta são os fantasmas do que
fomos.
Guarda 2: Vossa Majestade, a guerra não vai durar para
sempre. A aliança com Bloodlands e Beauvais... logo, derrotaremos Yachotia, e o
reino voltará ao que era.
Celeste: E quanto tempo mais vai demorar? Já se passaram
seis anos. Nosso povo está exausto. Cada vez mais terras estão vazias, sem
ninguém para cultivá-las. As crianças estão crescendo sem pais, e muitos nunca
voltarão para casa. Eu quero acreditar que isso vai acabar logo... Mas a guerra
parece interminável. Cada dia que passa, mais vidas são destruídas
Guarda 1: Majestaade,
o povo sabe que a senhora está lutando por eles, mesmo que a situação seja
difícil.
Celeste: Eu não sei mais quanto tempo consigo aguentar. É frustrante
ver que pouco posso fazer nessa crise.
Guarda: Vossa Majestade, posso falar com a senhora por um
momento? Recebemos um corvo com notícias da guerra.
Celeste: O que aconteceu? Kraig... ele está bem?
Guarda: O rei está bem, Vossa Majestade. As informações
são... preocupantes A general Angeline está desaparecida. Após um ataque
fracassado a um acampamento inimigo, ela não foi encontrada entre os mortos ou
feridos. Estamos organizando buscas, mas até agora... nada.
Celeste: O filho de Angeline... Ele era só um bebê quando
isso começou, nem lembra da mãe. E agora... será que ele a perderá antes mesmo
de ter uma chance de vê-la novamente? Ele é uma criança forte. Mas, se Angeline
não voltar... eu terei que contar a verdade a ele, e essa é uma conversa que eu
não queria ter tão cedo.
Celeste: E quanto ao resto das notícias? Há algum sinal de
que a guerra possa terminar em breve?
Guarda: Pedi a Lessa que separasse as mensagens dos reinos
vizinhos. Parece que o fato de a guerra estar acontecendo em uma rota
importante afetou outros reinos.
Celeste: Obrigado. Pode
se retirar.
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Bertrand, o filho de Angeline (O de vermelho), brincava inocentemente com o filho
de Celeste, Mespher, no jardim do castelo, sem imaginar que poderia em breve ser órfão de uma mãe que ele nem
lembra o rosto.
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